Três conselheiros tutelares que atuavam na Brasilândia, zona norte de São Paulo, foram afastados do cargo em caráter liminar nessa quarta-feira, 18, por falta de aplicação de medida protetiva no caso de João Vitor – adolescente de treze anos que foi morto no ano passado em frente a um estabelecimento da rede Habib’s na região.

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A decisão da Justiça atende a pedido da Promotoria da Infância e Juventude da capital, que afirmou em ação cível que a permanência do trio acarretaria graves prejuízos a crianças e adolescentes atendidos pelo Conselho Tutelar da Brasilândia.

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No ano passado, João Vitor foi agredido por dois funcionários do Habib’s localizado na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital. Após as agressões, o adolescente de treze anos sofreu um enfarte e morreu.

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De acordo com a Promotoria, duas testemunhas procuraram o Conselho Tutelar da Brasilândia para solicitar o acolhimento institucional de João Vitor quatro meses antes do crime. Segundo elas, o jovem vivia nas ruas e fazia acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) após sofrer uma overdose e ser vítima de agressões.

À época, os conselheiros tutelares afirmaram que, se o caso era realmente grave, deveria ser encaminhado à Vara da Infância e Juventude Competente.

“Constatou-se que as condutas omissivas e negligentes atribuídas aos réus são habituais e denotam a mais absoluta falta de conhecimento acerca de suas atribuições, revelam postura autoritária e ausência de relacionamento adequado com a rede de atendimento da Infância e da Juventude local, com desprestígio ao órgão e evidente prejuízo às crianças e adolescentes destinatários de sua atuação”, escreveu a promotora Luciana Bergamo, em ação cível levada à Justiça.

Segundo a Promotoria, dois dos três conselheiros afastados estão envolvidos com a falta de medida protetiva no caso João Vitor. Inicialmente, a ação pedia o afastamento de quatro conselheiros após o órgão apurar casos de omissão, negligência e condutas inadequadas praticadas por membros do Conselho Tutelar da Brasilândia.

Após o afastamento do trio, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) deverá convocar suplentes para ocupar os cargos. Com a medida, os servidores também terão os salários suspensos.