O 1º Tribunal do Júri de São Paulo condenou, na sexta-feira, dois supostos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado. A dupla é acusada de promover “sessões de julgamentos” de outros membros da facção na zona sul da capital paulista. O julgamento durou três dias.

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Marcelo Costa de Melo, o “Marcelo Boy”, foi condenado a 48 anos e oito meses de reclusão, e Oswaldo Correia da Silva Junior, o “Junior Alemão”, a 42 anos de reclusão. Segundo o Ministério Público, o “tribunal” da facção na zona sul era formado por 11 criminosos. Além dos dois já condenados, outros dois integrantes do grupo estão identificados e um quinto foi preso recentemente. Ele deverá ser também julgado pelo crime.

Para garantir os “julgamentos”, de acordo com o MP, a facção criminosa sequestrava um familiar ou amigo de quem deveria ser “julgado” como forma de garantir a presença do acusado no “debate”, modo como eram designados esses “julgamentos”. Eles cobravam explicações do suposto traidor da facção. Se o “traidor” fosse condenado, era executado após longa sessão de tortura. Nesse caso, a pessoa sequestrada para garantir a presença do acusado no “julgamento” também era executada. Para dar publicidade de como eram tratados os traidores, seus corpos eram envoltos em pneus e incendiados em caçambas de automóveis e deixados em região onde a facção exercia o seu domínio.

A acusação esteve a cargo do promotor de Justiça Mauricio Antonio Ribeiro Lopes, do 1º Tribunal do Júri da Capital. Os dois condenados já estavam presos antes da realização do julgamento.

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