Justiça de São Paulo condena 4 policiais por tortura

A Justiça condenou por crime de tortura, além de determinar a perda dos cargos, quatro policiais militares do extinto Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (Gradi). Os PMs foram acusados de causar sofrimentos físicos e psicológicos no detento Ronny Clay Chaves, em 31 de março de 2002. O preso foi retirado de uma penitenciária e infiltrado pelos próprios militares em supostas quadrilhas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcante, da 20ª Vara Criminal da capital, condenou a 5 anos, 5 meses e 10 dias o tenente Henguel Pereira, de 37 anos, os sargentos Everaldo de Souza, de 55, e Hélio Moraes, de 53, e o soldado José de Lima, de 33, por tortura. Eles podem recorrer em liberdade. Marcos Massari, de 39, foi condenado a 4 anos e 8 meses, por ajudar o Gradi a recrutar presidiários para infiltrá-los em ações do PCC.

Uma delas ocorreu em 5 de março de 2002, na Rodovia José Ermírio de Moraes, quando 12 homens supostamente ligados à facção foram mortos. Os infiltrados convenceram o grupo a roubar em Sorocaba um avião pagador que não existia. O caso ficou conhecido como Operação Castelinho. Os condenados por tortura também foram acusados de participar da operação. Eles e outros militares foram denunciados à Justiça e respondem a processo pelos homicídios.

A Polícia Militar informou ontem que cumpre as decisões judiciais. Os militares condenados vão continuar a trabalhar normalmente, uma vez que vão poder recorrer da sentença em liberdade. O Gradi foi criado em 2000 pela Secretaria da Segurança Pública para combater crimes raciais e de intolerância. Mas, em 2001, passou a fazer escutas telefônicas, recrutar presos e infiltrá-los em quadrilhas com autorizações judiciais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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