O Tribunal de Justiça de Santa Catarina através do desembargador Irineu João da Silva, negou ontem (1.º) liminar de habeas-corpus impetrada pela defesa do motorista Rosinei Ferrari, que dirigia a carreta que causou o segundo acidente na BR-282, em Descanso, oeste catarinense, matando 20 pessoas. Ferrari continua internado no hospital São José, em Maravilha, sob escolta policial e deverá ser encaminhado ao presídio de Descanso assim que receber alta.
"Neste momento é mais difícil que a justiça conceda o habeas-corpus, nós pedimos porque temos que pedir, mas é complicado devido à gravidade do acidente", disse a advogada de Ferrari, Solange da Silva Machado. "O relator do processo negou nosso pedido, mas ao mesmo tempo pediu novas informações ao delegado responsável pelo caso e ainda estamos confiantes", analisou.
Na tarde de ontem, o delegado Rudinei Charão esteve em Cascavel, cidade onde fica a sede da transportadora Turatto e Turatto, para a qual trabalha Ferrari. Ele conversou com dirigentes e mecânicos da empresa que afirmaram que os freios do caminhão foram revisados em agosto. Perícias extra-oficiais já apontavam para a falta de freios na carreta, que não possuía sequer discos de freio em algumas das rodas. O delegado Charão deve apresentar seu relatório para a promotoria que acompanha o caso no próximo dia 8.
Segundo a advogada de Ferrari, a partir daí o juiz começará a ouvir as testemunhas e terá os elementos necessários para decidir com mais exatidão os rumos do processo. "Depois do dia 8 entraremos novamente com o pedido de habeas-corpus, para que Ferrari possa responder o processo em liberdade".
