O Brasil continua com os juros reais mais altos do mundo, segundo pesquisa realizada pela consultoria Global Invest. A taxa caiu de 10,3% ao ano em julho para 10,1% em agosto, mas mesmo assim é a mais elevada do planeta. Em segundo lugar, permanece a Polônia, com juro real de 8,9% em agosto, ante 9,5% em julho. O terceiro lugar é ocupado pelas Filipinas, com taxa de 5,6%.
O juro real brasileiro de 10,1% é resultado da combinação de uma taxa nominal acumulada em 12 meses de 18,35% e de uma inflação de 7,46% medida pelo IPCA no mesmo período. Em julho, os juros em 12 meses estavam em 18,53%, e o IPCA, em 7 51%. A Global Invest analisa os juros reais de 40 países, dos quais 23 emergentes e 17 desenvolvidos.
A pesquisa mostra ainda que a taxa real brasileira é cinco vezes maior do que a média dos juros dos 23 emergentes, de 1,9% ao ano. ?Também impressiona o fato de que, ao longo dos 42 meses em que a pesquisa é realizada, o Brasil é o único país que esteve sempre entre os quatro primeiros do ranking?, afirma o estudo, divulgado hoje (17).
A Global Invest estima que o Brasil tende a continuar com os juros reais mais elevados do mundo nos próximos seis meses, estimando que a taxa encerrará o ano em 11,03%.
A Argentina, por sua vez, tem a menor taxa real entre os 40 países analisados. Os juros no país vizinho fecharam agosto em -5,2% ao ano, ante 4,3% em julho. A queda na taxa real na Argentina se deve ao aumento da inflação, por causa da desvalorização do câmbio.