No dia da decisão do Comitê de Política Monetária sobre o rumo da taxa Selic, o mercado de juros futuros intensificou o volume de negócios, mas sem eliminar o "empate técnico" entre as apostas em vigor. A curva de juros continua mostrando que a probabilidade de a Selic não ser inalterada é maior. Mas a parcela dos que apostaram na possibilidade de haver mais um corte de 0,25 ponto porcentual foi expressiva.
O depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2008, que concentra as apostas para a reunião de hoje, movimentou 879 mil contratos (em comparação, o DI para janeiro de 2010 movimentou 165 mil contratos) e chegou a ter a taxa reduzida para 11,03% ao ano, contra 11,05% ao ano no encerramento dos negócios ontem. No fechamento de hoje, porém, a taxa projetada era de 11,06%, influenciada pela mudança de direção do dólar durante a tarde. Às 16 horas, o dólar comercial subia 0,50%, para R$ 1,824.
A divisão no mercado de juros quanto ao rumo a ser dado hoje à Selic tem justificativa. De um lado, as advertências feitas pelo Banco Central, em seu relatório de inflação, sobre os riscos de a demanda aquecida gerar pressão de preços continuam impondo cautela. Por outra lado, a queda recente do dólar em relação ao real leva a uma revisão para baixo nas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que amplia o espaço para mais algum alívio monetário.