O ministro da Justiça, Tarso Genro, deverá encaminhar à Câmara, após o recesso do Congresso, a íntegra da gravação da reunião de dirigentes da Polícia Federal (PF) que definiu a saída do delegado Protógenes Queiroz do comando da Operação Satiagraha. O envio da íntegra atenderá a um requerimento de informações do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara. “Ouvi dos dois que não haveria problema em enviar a gravação”, disse Jungmann, referindo-se a Genro e ao diretor-interino da PF, Romero Menezes.
Parte da gravação da reunião – que durou duas horas e meia e foi realizada segunda-feira, na Superintendência da PF em São Paulo -, foi divulgada na última quinta-feira (17), com o consentimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar passar a idéia de que a saída do delegado não foi por pressões políticas. Os trechos divulgados somam menos de cinco minutos de conversa e não mostram pressão política sobre Protógenes para que ele deixe o comando da operação. A gravação revela que Queiroz se dispôs a continuar trabalhando nas investigações nos fins de semana, já que, nos dias úteis ele passará a freqüentar um curso superior. Porém, segundo a PF, a proposta não foi aceita.
“Considero imprescindível o conhecimento do inteiro teor da reunião para que essa guerra de versões termine”, afirmou Jungmann. O deputado contou que, em conversa com o ministro Genro e com o diretor interino da PF, houve a concordância dos dois em lhe enviar cópia da íntegra da gravação. Será excluída da cópia apenas a parte da reunião que tratou de outras investigações. O pedido de informações formal ao Ministério da Justiça, ao qual a PF é subordinada, deverá ser encaminhado pela Comissão de Segurança Pública após o recesso.
![Grupos de WhatsApp da Tribuna](/resources/images/blocks/whatsapp-groups/logo-whatsapp.png)