Rio (AE) – A atriz Juliana Paes entrou na Marques de Sapucaí à frente da bateria da Viradouro para conquistar o título de musa do Carnaval. Preta Gil queria mostrar que uma baiana sem formas esculturais poderia ocupar o tão cobiçado posto de rainha. Mas foi Luma de Oliveira, mesmo do lado de fora, que mostrou quem mantém a majestade.
Preta Gil entrou no Sambódromo com pouco samba, muita disposição, e acabou, como previsto, atraindo a curiosidade do público, como madrinha de bateria da Mangueira. Apesar da polêmica sobre sua presença à frente de uma das escolas mais tradicionais do País, a cantora baiana defendeu sua condição. ?Eu me considero hoje num lugar muito adequado pelo que eu sou. Sou uma mulata, brasileira, filha de preto com branco. Eu me chamo Preta e estou na Sapucaí?, afirmou a cantora, que chorou quando a bateria da Mangueira, a terceira escola a entrar na Sapucaí no domingo, deu a largada.
A novata foi aplaudida pelo público e pelos diretores da escola. ?Ela foi ótima?, disse o carnavalesco Max Lopes, logo depois do desfile. ?Sou uma mulher brasileira, eu tenho estria sim, tenho celulite sim, como muitas têm, e não têm a oportunidade de estar aqui?, acrescentou a cantora, emocionada, que agradeceu a presença do pai, o ministro da Cultura, Gilberto Gil. ?Isso é uma emoção única, meu pai sair da Bahia só pra vir me ver?, afirmou. Ainda dentro do Sambódromo, Preta beijou seu pai, durante o segundo recuo da bateria.
Mas apesar da curiosidade com Petra Gil, o público queria mesmo ver a musa. E não faltaram aplausos quando Juliana Paes entrou na Sapucaí. Juliana foi a única rainha de bateria a desfilar em carro alegórico junto com sua bateria, a grande inovação apresentada na noite. Há quatro anos no posto, a atriz conquistou os integrantes da Viradouro. ?Juliana é muito carismática. Ela é uma rainha muito importante porque participa dos ensaios e incentiva a rapaziada?, afirmou o mestre Ciça, da bateria da escola.
Mas Luma, que apareceu entre o público vestida de top e calça brancos e com uma flor lilás no cabelo, mostrou que ainda mantém toda a majestade. Diretores da escola, coordenadores de ala, integrantes da bateria, não houve quem não reverenciasse a antiga rainha durante o desfile da Viradouro na Sapucaí. ?Nunca disse adeus para a avenida. Posso voltar como rainha de bateria, segunda porta-bandeira… mas o que quero mesmo é ser presidente de uma escola?, disse Luma após acompanhar Juliana Paes desfilando no lugar onde reinou por anos.
Quatro escolas favoritas em SP
São Paulo (AE) – A apuração do Carnaval 2007 será hoje, às 9h30, e a disputa do título deve ficar entre duas escolas do primeiro desfile, Império e Unidos da Vila Maria, e duas da segunda noite, Vai-Vai e Mocidade. Eles se destacaram em um Carnaval com boa qualidade técnica, baterias com coreografia e paradinha, nada de atrasos, além de disputa de musas entre a loira e a morena do Tchan, luxo e todo o desfile feito à noite, para garantir o brilho.
Ao fechar o segundo dia de apresentações no Sambódromo com lotação esgotada, o carnaval paulistano deu mostras domingo de que já se iguala ao do Rio – em profissionalismo, pelo menos. ?Estão muito iguais os desfiles das duas cidades?, disse a sambista Beth Carvalho, símbolo da Mangueira, que saiu na Vai-Vai.
Também o nível das escolas cresceu na segunda noite, com menor disparidade entre as concorrentes.