O cancelamento de todas as operações da empresa BRA, ontem, resultou em um aumento das queixas de passageiros contra a empresa nos juizados especiais instalados em aeroportos. Ao todo foram apresentadas nesta quarta-feira (7) 72 reclamações e nenhuma delas resultou em acordo – pelo menos até o fim do dia. Nos terminais de Brasília e no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, as ações foram encaminhadas à Justiça Comum porque a BRA não enviou representante para as negociações.
Em Brasília, no Aeroporto Juscelino Kubitschek, houve uma "quantidade bastante considerável" de pessoas entrando com processos contra a companhia aérea desde ontem, de acordo com a conciliadora Mariana Batista. Ela informou que o juizado registrou 31 reclamações, e todas elas viraram processo na Justiça porque a empresa não mandou um representante para as negociações. "Como fazemos conciliações, dificilmente entraríamos com ação direta contra a empresa. Mas, como a BRA não mandou nenhum representante, a orientação é para que os passageiros entrem na Justiça", explica a funcionária.
O mesmo problema acontece no Tom Jobim, no Rio. De acordo com a juíza Isabela Lobão dos Santos, não foi feito nenhum acordo e as 28 reclamações viraram processos na Justiça pelo mesmo motivo do terminal de Brasília. A juíza disse que a companhia está atendendo no aeroporto, mas só para cadastramento de pedido de reembolso. "Para quem decidir o reembolso, a orientação do juizado é para que essas pessoas procurem a empresa e aguardem o prazo de 30 dias dado pela BRA para ser ressarcida", aconselha. "É mais rápido que o processo correr na Justiça.
Já para quem deseja embarcar, ela conta que, em reunião nesta quarta-feira pela manhã com representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ficou estabelecido que os passageiros devem procurar a agência para serem realocados em vôos de outras empresas. A juíza contou ainda que os casos que chegam ao juizado do Aeroporto Santos Dumont, também no Rio, estão sendo encaminhados ao tribunal do Tom Jobim porque a BRA não tem balcão de atendimento no local.
São Paulo
Em São Paulo, o total de reclamações foi menor. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o juizado registrou 13 reclamações. Apenas uma terminou em acordo. Segundo a diretora Márcia Negretti, grande parte das reclamações é sobre passagens compradas para viagens futuras. "Os passageiros com vôos marcados para esta quarta-feira estão sendo remanejados para outras companhias", explica.
No aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que não foi feita nenhuma reclamação contra a BRA nesta quarta-feira. Conforme o site da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), quatro vôos da BRA estavam previstos para hoje em Congonhas. Dois deles foram cancelados e dois, segundo o site da estatal às 18 horas, estavam com status "previsto". A assessoria de imprensa da BRA informou que a empresa não se pronuncia sobre o assunto.
