São Paulo (AE) – Paulo Maluf, prisioneiro federal há 32 dias por crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha, será examinado por uma junta médica. A decisão foi tomada pela juíza Silvia Maria Rocha, da 2.ª Vara Criminal Federal, que conduz ação penal contra o ex-prefeito – suposto beneficiário da conta Chanani, que movimentou US$ 161 milhões ilegais em Nova York.
Somente depois da perícia médica é que a juíza vai resolver se manda internar Maluf ou se concede a ele prisão domiciliar ou, ainda, se o mantém na Custódia da Polícia Federal. Silvia pretende tomar essa medida amparada no diagnóstico da equipe médica. Ela considera a perícia fundamental, diante da celeuma em torno do estado de saúde de Maluf.
A juíza mandou a PF repassar imediatamente todas as informações relativas ao quadro clínico do ex-prefeito, inclusive boletins e outras anotações do serviço médico interno da corporação. Os dados servirão de referência à junta, que será formada por pelo menos 3 peritos. Um deles será escolhido e nomeado pela juíza entre os médicos cadastrados na Justiça – profissionais com larga experiência que são convocados para examinar prisioneiros. Seus diagnósticos são decisivos para que a Justiça decida acerca de pedidos de internação ou de prisão domiciliar para réus que alegam problemas de saúde.
Silvia pediu ao juiz-diretor do Fórum Federal, Paulo Sérgio Domingues, que forneça a relação atualizada dos peritos que estão à disposição. Maluf, de 74 anos, diz sentir "fortes dores abdominais e no peito". Neste mês, ele foi levado ao Incor e ao Hospital das Clínicas, para exames. Além do perito judicial, acusação e defesa poderão indicar médicos de sua confiança para integrar a junta.
