Depois da divulgação de novas conversas gravadas e da apreensão de mais dois aparelhos celulares improvisados, drogas e material para fabricação de explosivos (pólvora e pavios) no presídio Bangu 1, a juíza Sônia Maria Garcia Gomes Pinto determinou hoje o afastamento definitivo dos 78 guardas penitenciários e de toda a direção da unidade, considerada de segurança máxima.
De acordo com a juíza, titular da 1ª Vara Criminal de Bangu, há ?conivência ou omissão? de agentes penitenciários para a entrada de drogas, armas e telefones, que, segundo ela, ?não caem do céu?. A hipótese de participação de advogados e visitantes de presos no esquema, diz a juíza, também necessitaria da colaboração dos agentes.
O governo do Estado havia recorrido contra a decisão da titular da 1ª Vara, tomada depois da operação do Ministério Público em Bangu 1, no dia 18, que resultou na apreensão de sete celulares.
A juíza não acatou o recurso, mas admite que haja um prazo – ainda não estabelecido – para a substituição de todos os funcionários do presídio pelo Departamento Estadual do Sistema Penitenciário (Desipe).
Agentes penitenciários encontraram dois aparelhos improvisados para telefonia celular, maconha e pólvora escondidos em Bangu 1 durante vistoria realizada na noite de ontem, momentos depois de o Ministério Público divulgar nova gravação em que um preso negocia por celular a compra de quatro novos aparelhos de telefone.
O MP diz que já tem elementos para instaurar ações penais e continua a monitorar as ligações feitas por presos, apesar das apreensões de dois telefones ontem. A AGÊNCIA ESTADO apurou que numa das conversas detentos pedem a contratação de um DJ para realizar um baile funk dentro do presídio.
O delegado Irineu Barroso, da 34ª DP (Bangu), mandou para perícia os telefones encontrados pelos agentes. Ele pretende descobrir contatos de criminosos a partir dos números registrados nos aparelhos. Segundo ele, a pólvora estava envolvida em plástico e barbante, escondida em fechaduras. Também foram encontrados dois fones de ouvido para uso do recurso viva-voz. No presídio Muniz Sodré, também em Bangu, foram apreendidos dois celulares e meio quilo de maconha que estavam com uma visitante.