O juiz aposentado Walter Fanganiello Maierovitch, ex-secretário nacional Antidrogas, vê algumas similaridades operacionais e organizacionais entre a máfia italiana e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Como revelou reportagem publicada ontem no jornal O Estado de S. Paulo, parentes de presos ligados ao PCC afirmam que a facção criminosa paulista aprendeu a se estruturar nos mesmos moldes da Camorra com dois integrantes da máfia napolitana.

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Os irmãos Bruno e Renato Torsi ficaram presos no anexo da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, berço do Primeiro Comando da Capital. Maierovitch ressaltou, no entanto, que tanto o PCC como o Comando Vermelho (CV), do Rio, são grupos mais rudimentares. “Essas facções não têm transnacionalidade nem o requinte da máfia. Não têm status internacional”, disse o magistrado.

Os irmãos camorristas tiveram contato com Mizael Aparecido da Silva, o Miza, um dos oito fundadores do PCC. Os ensinamentos de Bruno e Renato ajudaram Mizael a redigir o estatuto do Primeiro Comando da Capital, com 16 artigos. Bruno e Renato foram extraditados em meados de 1995 para a Itália. Da Penitenciária de Rebibbia, em Roma, enviaram cartas e cartões-postais para Mizael.

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