Um dia após ter sua decisão anulada, o juiz Jerônymo Pedro Villas Boas, de 45 anos, revelou que embora seja evangélico, sua profissão de fé não influenciou na decisão de anular, de ofício, o primeiro contrato de união estável homoafetiva de Goiânia, entre Liorcino Mendes Pereira Filho e Odilio Cordeiro Torres Neto.
“Eu frequento a igreja sim, mas não misturo as duas coisas”, disse o juiz, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e de Registros de Goiânia. “Assim como tenho o direito de manifestar a minha fé, não discrimino pessoas e minhas decisões são tomadas à luz da Lei”, afirmou.
Apesar da separação entre a fé e a lei, o juiz será julgado por uma Corte Especial, como anunciou a desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, também corregedora do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Foi ela que, ontem, anulou o ofício do juiz. E determinou, a todos os cartórios de registro da cidade, a produzirem o documento de união homoafetiva.