Brasília (AE) – O juiz Federal da 2.ª Vara de Cuiabá, Mato Grosso, Jefferson Schneider concedeu um prazo de mais 30 dias para a Polícia Federal concluir as investigações sobre o dossiê Vedoin, que supostamente atingiam os candidatos do PSDB José Serra e Geraldo Alckmin, respectivamente, candidatos ao governo estadual de São Paulo e à presidência da República. A investigação agora vai se estender até o final de novembro próximo. A decisão do juiz frustra parlamentares da oposição que desejavam que o inquérito fosse concluído antes do final do segundo turno das eleições, que acontecem domingo.
Ontem, o mesmo juiz Jefferson Schneider encaminhou à CPMI dos Sanguessugas todos os documentos sobre o caso do dossiê. Porém, antes de dar continuidade a seus trabalhos, a comissão precisa superar a troca de acusações entre seus integrantes. O presidente da comissão, Antônio Carlos Biscaia, recebeu o relatório parcial do delegado Diógenes Curado, da Polícia Federal de Mato Grosso, e as quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos investigados.
Agora, a documentação será numerada e disponibilizada aos integrantes da CPMI. Biscaia deverá solicitar ao Centro de Processamento de Dados do Senado (Prodasen) que providencie uma forma de acesso rápido aos documentos. Biscaia avisou que vai adotar alguns procedimentos para evitar o vazamento de informações indevidas e a ?produção de fatos?, mas não especificou exatamente que procedimentos seriam esses. A preocupação de Biscaia é evitar a utilização política dessas informações às vésperas do segundo turno da eleição presidencial.
A liberação dos documentos das investigações para a CPMI coincide com troca de acusações entre seus integrantes. Segunda-feira, Biscaia disse que há parlamentares que estão agindo como ?assessores? do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Ele se referia às acusações do vice-presidente da comissão, Raul Jungmann (PPS-PE), de que a Justiça estaria sonegando documentos para a CPMI.
Ao tomar conhecimento das declarações de Biscaia, Jungmann, ontem, reagiu dizendo que ele falta com respeito aos parlamentares, ?que jamais deixaram de respeitar sua autoridade.? Já o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) evocou o espírito conciliador dentro da comissão. ?Estou esperando acabar o segundo turno das eleições para promover a conciliação e continuar os trabalhos da CPMI?, reiterou.