Por declarar que a Parada Gay é prejudicial à formação moral dos adolescentes, o juiz Osni Pereira de Assis, da Vara da Infância e Juventude de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, foi denunciado aos órgãos de proteção dos Direitos Humanos por cometer crime de discriminação contra os homossexuais.

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O Grupo de Apoio aos Doentes de Aids (Gada), ONG organizadora da Parada Gay, que pretendeu reunir 60 mil pessoas dia 29 numa avenida de Rio Preto, protocolou hoje o pedido de abertura de processo administrativo na comissão especial da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, do Governo do Estado. A ONG também protocolou outras representações contra o juiz no Conselho Nacional de Justiça, na Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e no Tribunal de Justiça do Estado.

De acordo com o Gada, o juiz agiu com preconceito ao declarar que a Parada Gay, "é prejudicial para a formação moral, aos bons costumes e à saúde pública dos adolescentes". O argumento foi usado pelo juiz no processo para justificar sua decisão de não autorizar a participação de adolescentes desacompanhados no evento. "Não podíamos ficar em silencio diante de uma reação dessas, ainda mais partindo de uma autoridade do Judiciário", disse.

Outro lado

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O Juiz negou ter agido com preconceito ou discriminação. Segundo ele, houve uma má interpretação. "Eu quis dizer é que os adolescentes estariam expostos aos excessos de costumes praticados por uma minoria que participa dessas paradas, e também aos grupos radicais que discordam da opção sexual dessas minorias", disse o juiz, lembrando da morte de um cidadão francês ocorrida durante a Parada Gay de São Paulo. Apesar da decisão do juiz de proibir presença de adolescentes desacompanhados, os organizadores confirmaram a realização da Para Gay de Rio Preto para o dia 29 de julho.