O juiz da 6.ª Vara Cível, Abelar Baptista, decretou terça-feira a indisponibilidade de bens de 19 pessoas e seis empresas , acusadas de desviarem dos cofres públicos de Londrina quase R$ 1 milhão, durante o governo de Antônio Belinati. Entre elas, o ex-prefeito Antônio Belinati e o deputado federal José Janene (PP). O bloqueio foi resposta a onze ações civis públicas impetradas pelo Ministério Público, que briga pela devolução ao município do valor desviado – R$ 987 mil.
As últimas investigações pairaram sobre a antiga Companhia Municipal de Urbanização de Londrina (Comurb), onde a maioria dos desvios aconteceu, envolvendo denúncias de servidores públicos das comissões de licitação, ex-dirigentes e empresários. O esquema envolvia licitações fraudulentas e o dinheiro repassado à companhia para pagar serviços prestados por empresas que sequer haviam trabalhado para a Prefeitura.
O deputado José Janene (PP), apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB) como o operador do mensalão pago a parlamentares no Congresso, foi acusado de improbidade administrativa em três ações civis públicas do Ministério Público do Paraná. Ele seria beneficiário de dinheiro desviado da Prefeitura de Londrina durante a administração do ex-prefeito Antônio Belinati (PP), de quem é aliado.
O advogado Adolfo Góis, que defende o deputado, disse que o Ministério Público "perdeu o bonde da história" e culpou os promotores de falta de empenho no andamento das outras nove ações em que Janene é réu, propostas anteriormente. O esquema apontado pelos promotores do patrimônio público era basicamente o mesmo: licitações forjadas na Comurb.