Jucá diz que não tem nada a esconder

Brasília – O ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR), disse ontem que as denúncias de que teria dado como garantia a um empréstimo junto ao Banco da Amazônia fazendas que não lhe pertenciam, não vão tirar o seu sono. Ele garantiu que está tranqüilo e que não tem nada a esconder. "Eu estou tranqüilo quanto à minha postura. Mas não vou também ficar batendo boca com nenhum tipo de jornal ou órgão de imprensa. A idéia é que nós possamos esclarecer definitivamente essa posição e o Ministério Público é um bom instrumento para isso", disse ele.

Reportagem divulgada pela Folha de S. Paulo afirma que Romero Jucá entregou documentos que davam sete fazendas como garantia a um empréstimo realizado em 1996. À época, ele era um dos proprietários da Frangonorte. O ministro é réu na ação de execução de dívida (R$ 18 milhões) movida pelo Basa (Banco da Amazônia) na 11.ª Vara Cível de Belém (PA). Jucá disse que entregou ao procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, um ofício pedindo que ele esclarecesse essa questão. "Não podia dar como garantia fazendas que não eram minhas", declarou.

Para Jucá, a denúncia não passa de "matéria requentada", e que cada veículo de comunicação tem um objetivo. "Acho que o objetivo é atacar o governo." O ministro disse ainda que está tranqüilo em relação a essas denúncias, e o que importa é conduzir os trabalhos da Previdência Social. "O presidente Lula quer que eu cuide da Previdência. Eu não misturo essa questão com a questão da Previdência", disse ele.

Anteontem, a representação do Ministério Público Federal no TCU (Tribunal de Contas da União) enviou ofício ao Basa  requisitando dados sobre os empréstimos à Frangonorte. O banco e o Ministério Público Federal já investigam o caso. Na terça-feira, Fonteles deu prazo de 20 dias para que Jucá se explique.

Dados

A representação do Ministério Público Federal no TCU (Tribunal de Contas da União) enviou quarta-feira ofício ao Basa (Banco da Amazônia) requisitando dados sobre os empréstimos à Frangonorte, à época de Romero Jucá (Previdência). O banco tem dez dias para responder ao pedido. O pedido se baseia em reportagens que foram publicadas. Elas demonstram que Jucá tomou empréstimos do Basa para a Frangonorte apresentando garantias que não existem. O banco e o Ministério Público Federal já investigam o caso. Na terça-feira, o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, deu prazo de 20 dias para que Jucá se explique.

Se identificarem indícios de irregularidade, o TCU deverá abrir processo contra Jucá para ressarcir os cofres públicos. O tribunal não tem competência de avaliar se houve crime e aplica apenas sanções administrativas.

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