Um estudante de Direito afirma ter sido agredido por um segurança e sido vítima de homofobia na festa Carecas no Bosque, organizada por alunos de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O evento foi no sábado, no campo da Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC), ao lado do Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo.

continua após a publicidade

O segurança teria barrado a entrada do jovem no bosque, uma das dependências da festa, com outro rapaz. O estudante gravou a discussão e levou um soco no rosto. A entrada no local seria “só para casais heterossexuais”, segundo estudantes entrevistados pela reportagem. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

“Estamos conversando com ele (a vítima) para saber o que aconteceu”, disse o presidente da associação, Douglas Rodrigues. Ele nega que tenha havido qualquer tipo de ordem contra a presença de homossexuais. A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) informou, em nota, que não recebeu nenhuma denúncia sobre a festa, que era de responsabilidade da AAAOC.

Segundo a delegada do Decradi, Daniela Branco, o boletim de ocorrência foi registrado apenas em referência à agressão física, já que o caso de homofobia não se encaixa como crime. “O que pode ocorrer é uma punição administrativa.”

continua após a publicidade

A Lei Estadual 10.948, que dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual, determina que “proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ou público” deve ser punido. Cabe à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania promover a instauração do processo administrativo.

Internet

continua após a publicidade

A denúncia do estudante de Direito não foi a única. A estudante de Psicologia Adriana (nome fictício) foi barrada ao tentar entrar no bosque com a namorada. Ouviu que “apenas casais de verdade” seriam liberados. As duas precisaram fingir que estavam com dois rapazes para que pudessem entrar.

Em nota, o Núcleo de Estudos em Gênero, Saúde e Sexualidade (NEGSS), coletivo organizado por alunos da FMUSP, dispôs-se a ajudar quem quisesse registrar queixa sobre o evento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.