Visivelmente abatido pela maior derrota já sofrida pelo governo, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, lamentou profundamente a "politização do debate" que resultou na votação que derrubou a CPMF. Ele reconheceu que o governo foi surpreendido, mas disse que "isso é da democracia". O ministro afirmou que o governo não sabe ainda de onde vai tirar os recursos para garantir a concessão do Bolsa-Família e o atendimento de saúde na rede pública a mais de 100 milhões de brasileiros. Ele reconheceu, entretanto, que as duas lições que tira do episódio é que "é preciso pensar na reforma tributária" e buscar um "entendimento melhor" com a oposição.
Para o ministro, "não é idéia do governo reapresentar a questão da CPMF" em fevereiro do ano que vem, quando recomeçarem os trabalhos do Congresso. Mas ressalvou que este assunto será definido em conversa, provavelmente ainda na manhã de hoje, com os ministros da área econômica. Segundo ele, pode ser que a equipe econômica "talvez tenha uma solução diferente, mais emergencial", sem responder, no entanto, se esta "alternativa emergencial" poderia ser, por exemplo, um novo imposto, ou se esta solução poderia ser apresentada ainda este ano.
