Brasília  – Ainda sob forte pressão, o presidente nacional do PT, José Dirceu (SP), enquadrou ontem integrantes do PL, partido do vice-presidente eleito José Alencar (MG). Em conversas individuais com parlamentares do partido, Dirceu cobrou maturidade para entender que, como companheiros oficiais de chapa, são parte do governo. E, por isso, não podem condicionar seu apoio no Congresso ao tamanho de sua fatia no governo. De tão amansado, o PL deu até sinal verde para a formação de um bloco com o PT na Câmara caso seja necessário para garantir o direito à presidência da Casa.

Mas mal começou a resolver um problema, Dirceu teve que administrar outro atrito. Desta vez, no Distrito Federal. A causa? O ex-líder do governo no Senado e ex-tucano José Roberto Arruda, que renunciou após seu envolvimento no escândalo da violação do painel eletrônico. Eleito deputado pelo PFL, Arruda tem negociado sua filiação ao PL. Como é dono de boa parte dos cargos federais no Distrito Federal, os petistas não gostaram da idéia de ter Arruda como companheiro e protestaram.

Além de Dirceu, o coordenador-adjunto da transição, Luiz Gushiken, ouviu as queixas formais hoje, durante uma reunião com a executiva regional do PT e com os deputados eleitos pelo Distrito Federal. – Hoje, Arruda controla toda a representação federal daqui. E nós queremos esses cargos. No Distrito Federal, o PL foi nosso adversário e continua sendo. Uma coisa é a aliança nacional. Outra são as especificidades regionais -reagiu Maninha, a deputada federal mais votada do PT no Distrito Federal.

A possibilidade de filiação de Arruda também contrariou o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB). Temendo o excesso de poder de Arruda – que, além de potencial candidato a governador, seria um aliado dos governos federal e estadual – Roriz teria oferecido dois deputados seus ao PL (Jorge Pinheiro e Coronel Fraga) para vetar a entrada do ex-senador no PL.

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