Brasília – O vice-presidente da República, José Alencar, disse nesta segunda-feira (12) que o governo poderá fazer algumas concessões para conseguir a aprovação da emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2012, desde que não prejudiquem a população ou o país. A proposta de prorrogação do imposto do cheque tramita no Senado.
"O governo está disposto a fazer, naturalmente, alguma transigência [condescendência], porém dentro do critério que não veja outra coisa senão o interesse do consumidor e do país", afirmou Alencar, após participar, no Palácio do Planalto, da cerimônia que transferiu para o governo fluminense as obras do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro.
Um pedido coletivo de vista da base governista adiou a votação, nesta segunda-feira, do relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A CCJ terá 24 horas para analisar o relatório da senadora, que é contra a continuidade da CPMF.
Alencar ressaltou que não é uma "estratégia popular" ser contra o tributo e deu como explicação a popularidade do presidente Lula, que defende a permanência da contribuição. "As pessoas pensam que é uma estratégia popular ficar contra, mas, se fosse assim, como iríamos explicar a popularidade do presidente Lula, que é a favor do imposto e tem a maior popularidade no país? Todos sabem que ele [Lula] não é contra uma coisa de que o Brasil precisa", argumentou.
O vice-presidente reafirmou que não é possível abrir mão da CPMF. "O Brasil precisa desse imposto agora. Ainda que não gostemos dele, temos que aprovar agora", disse Alencar.