José Agripino reage a declarações de Lula sobre DEM

O líder do DEM (ex-PFL), senador José Agripino (RN), reagiu com indignação aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que seria "estupidez" dos senadores votar contra a prorrogação da vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "O presidente está apavorado com a perspectiva de ser obrigado a governar com responsabilidade e sem a gastança imoral que caracteriza seu desgoverno", afirmou o líder. Pelo terceiro dia consecutivo, Lula criticou o partido de Agripino. Afirmou que os partidos políticos não poderiam ficar "reféns" de um partido como o DEM, o qual, segundo o presidente, "não tem nada a perder".

"Seria melhor o presidente se calar, por exemplo, a respeito de assuntos como a sonegação de impostos", sugeriu Agripino. "Ou será que ele esqueceu que, na campanha dele à Presidência da República, o PT, partido dele, pagou ilegalmente R$ 10,5 milhões a Duda Mendonça no Exterior sem nada declarar à Receita Federal?", indagou o senador.

Constrangimento

O líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM), que ainda conversa com o governo para votar a emenda da CPMF, também não gostou das palavras de Lula. Segundo ele, o presidente errou e, ao agir assim, só dificulta a aprovação da CPFM. Péres disse que Lula está "constrangendo" os senadores e pediu ao presidente que reconheça publicamente que se excedeu.

"É constrangedor para quem pretende e tem vontade de votar a favor da CPMF. É constrangedor ouvir declarações como essa do presidente. Se ele reconhecer que se excedeu, estará contribuindo para o bom relacionamento entre os poderes e para aprovar uma medida considerada importante para o governo. Foi uma declaração inadequada do chefe de um poder", completou.

Péres disse que, na terça-feira, terá uma reunião decisiva com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a CPMF. Ele está condicionando seu voto a iniciativas objetivas do governo para redução de gastos públicos. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também chamou Lula à responsabilidade neste momento em que o governo está com dificuldades para aprovar a CPMF. "Se a CPMF for mantida, o governo Lula continuará a gastar de forma pouco responsável e, se for mantida, o governo terá de apertar os cintos, coisa que Lula não gosta de fazer", afirmou. "Não cabem palavras exageradas nesta questão. É melhor para o presidente ter responsabilidade e tranqüilidade.

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