Jornalistas, estudantes de comunicação, professores e sindicalistas realizaram, no início da tarde de hoje (31), um ato público pela manutenção da necessidade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. A concentração aconteceu na Cinelândia, no Centro do Rio, em frente à Câmara dos Vereadores. A questão deverá ser julgada amanhã pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, Suzana Blass, afirmou que a formação universitária ajuda a qualificar o profissional da comunicação, gerando reflexos positivos para toda a sociedade.
“O jornalista precisa ter muita responsabilidade, pois é um mediador na sociedade, ao levar as denúncias do cidadão para o poder público tomar providências. O diploma profissionalizou o jornalismo, que hoje é bem mais ético e comprometido com a responsabilidade social”, destacou Suzana.
Para o estudante de comunicação da universidade Unicarioca Sidônio Santos Macedo Júnior, a manutenção da exigência do diploma é uma conquista coletiva.
“Antes de tudo, é um direito da sociedade, de ter informação tratada com respeito e qualidade. Hoje em dia todos têm o direito de escrever, de publicar o seu blog, mas existe diferença entre o que é notícia e o que é contado só com o intuito de passar uma informação. O jornalista está aí para tratar os fatos de uma forma bilateral, dar uma visão mais adequada e ética”, analisou Sidônio.
A diretora do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, Carmem Pereira, também defendeu a exigência do diploma como forma de garantir maior qualidade da informação.
“A manutenção do diploma é fundamental para conseguirmos maior qualidade no jornalismo. A profissão subiu um patamar, quando surgiu a exigência do diploma. Antes não havia qualquer formação, que acontecia unicamente nas redações, de uma forma irregular, sem discussão ética nem técnica. A faculdade veio dar o padrão de qualidade que ainda não é o ideal e precisa ser melhorado”, frisou Carmem.
“A comunicação é um direito essencial do cidadão, por isso precisa ter qualidade”, completou ela, que também é presidente da Comissão de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Para o vice-diretor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF), João Batista de Abreu, a questão-chave é saber a quem interessa o fim da exigência do diploma para exercer a profissão.
“Interessa principalmente aos donos dos meios de comunicação e também a um grupo de pessoas que querem usar o jornalismo como trampolim, com exibição na mídia, para terem algum ganho político depois. São pessoas que não têm uma conduta ética apurada e têm a preocupação de galgar postos rapidamente, usando o jornalismo para se beneficiar”, apontou João Batista.