O jornalista Amaury Ribeiro Júnior, do Correio Braziliense, confirmou que recebeu ameaças dias antes de ser baleado num bar na Cidade Ocidental, a 45 quilômetros de Brasília. Autor de reportagens sobre violência e tráfico de drogas no Distrito Federal, o repórter estava à espera de um informante, quando sofreu o atentado. "Eu já tinha sido avisado de que eles estavam atrás de mim", comentou. "Acho que me arrisquei demais ao voltar ao local. O que me levou lá foi a indignação".
O jornalista está sob proteção da polícia 24 horas por dia. A bala que o atingiu na semana passada ainda está alojada no seu corpo. "Gente brincando de dar tiro à noite, tiroteio. Aquilo ali (no entorno de Brasília) virou uma festa. A morte virou sinônimo de diversão, uma banalidade", comenta ele, que tem mais de 20 anos de experiência como repórter investigativo.
Sobre o futuro, Amaury Ribeiro Júnior disse acreditar que é hora de partir para outra cobertura, que não seja tráfico de drogas ou violência. "Eu acho que é o momento de pensar em outra pauta, outras reportagens. O que pude dar nesse caso eu já dei", desabafou em entrevista concedida ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo.
A delegada Adriana Fernandes, que investiga o atentado contra o jornalista, foi afastada do caso. Ela considerava que os disparos contra Amaury Ribeiro Junior eram uma tentativa de assalto, hipótese refutada pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Distrito Federal.