O Brasil entra em campo para mais um jogo da Copa do Mundo nesta sexta-feira (2), dessa vez contra a seleção de Camarões. Os dias de jogos da equipe brasileira não são feriado, mas para evitar as faltas, muitas empresas permitem um momento de confraternização no horário das partidas.

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Apesar do clima festivo, é preciso tomar cuidado para não exagerar nas comemorações, o que pode causar constrangimento, acabar com o momento de descontração ou até ser motivo de demissão.

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Para Daniel Rodrigues, especialista em recrutamento da Robert Half, a regra do bom senso deve permanecer. “O profissional tem de lembrar que, no fim do dia, a relação seguirá sendo profissional.”

Pode comemorar? Aproveite com moderação

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O nível das comemorações vai depender muito da cultura corporativa —ambientes mais conservadores podem exigir celebrações mais contidas.

Independentemente do nível de abertura das empresas, comemorações muito exageradas são sempre perigosas, diz Rodrigues. Subir nas mesas, tirar a camiseta, provocar confusão, fazer gestos desrespeitosos e utilizar palavrões podem pegar mal. Ofensas, mesmo que apenas verbais, podem ser motivo de demissão por justa causa.

Segundo Isis Borges, diretora da empresa de recrutamento Talenses, esses comportamentos causam um impacto ruim na imagem do colaborador que pode ser muito difícil de reverter. Esse momento de confiança dada pela chefia deve ser aproveitado, mas com moderação.

Pode trocar o uniforme pela camiseta da seleção?

Algumas empresas permitem que no dia dos jogos da seleção os funcionários troquem o uniforme por camisetas com cores da equipe brasileira. Os ambientes mais formais ou que exigem o uso de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) podem abrir uma exceção durante o horário dos jogos.

Algumas dessas empresas criam até uniformes personalizados com as cores do Brasil para serem utilizados nos dias em que o Brasil está em campo. É o caso da Companhia Müller de Bebidas, responsável pela produção da Cachaça 51, que forneceu para os empregados camisetas que mimetizam o manto canarinho com a identidade visual da empresa.

Nas corporações que não exigem o uso de uniforme, vestir a camiseta da seleção não é motivo de penalização, mas caso contrário, a liberação deve ser expressamente autorizada, explica a advogada Fernanda Borges Darós, sócia da área trabalhista do escritório Silveiro Advogados.

A abertura para a quebra do código de vestimenta geralmente é informada por meio de comunicados internos ou quadros de avisos. Em casos de dúvidas, a liderança direta deve ser consultada.

Os bolões são permitidos?

Desde 2016 o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que as apostas em competições esportivas não sejam consideradas jogos de azar e, portanto, a participação de funcionários em bolões não é motivo de demissão por justa causa.

Darós explica que o empregador, se considerar necessário, pode proibir as apostas. Caso isso não ocorra, os bolões são permitidos, desde que nenhum funcionário seja coagido a participar.

As faltas são mais toleráveis no dia dos jogos?

Borges explica que as faltas não justificadas são mal vistas em qualquer situação, o que não é diferente durante a Copa. A não ser que seja feriado, que a empresa tenha dado folga ou que o funcionário esteja de férias, o dia será de trabalho.

As empresas criam esses momentos de confraternização entre os funcionários justamente para evitar que a produtividade seja comprometida pela competição. Segundo Darós, não há lei que obrigue o empregador a liberar o funcionário para assistir aos jogos. Portanto, atrasos ou faltas nesse dia podem ser penalizados com advertência, suspensão ou demissão.

Comportamentos fora da empresa ou em home office podem gerar punição?

Darós explica que o comportamento do funcionário fora da empresa só pode gerar punição se ele lesar a imagem da corporação, portanto recomenda que os funcionários tomem mais cuidado com postagens nas redes sociais. Caso o colaborador tenha que retornar após o jogo, atrasos e embriaguez também podem ser passíveis de punição.

Os funcionários que trabalham de home office devem ficar atentos pois as regras para eles são as mesmas daqueles que estão trabalhando presencialmente.

Borges recomenda que, independentemente de estarem dentro ou fora da empresa, os empregados que forem assistir às partidas junto de outros funcionários, não deixem de lado a etiqueta corporativa e o respeito cultivado no ambiente de trabalho.

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