O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, deve criar uma espécie de gabinete de crise para atacar o apagão aéreo, à semelhança da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (CGE) montada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002). Jobim passou o domingo consultando assessores, amigos e técnicos deste governo e do anterior para refazer a memória das providências tomadas em 2001 e 2002.
Jobim, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, não decidiu se usará o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) como ?coração? do gabinete da crise do apagão aéreo. Mas, em conversas com interlocutores, avaliou que a urgência é de tal ordem que é preciso montar alguma estrutura que tome decisões imediatas e trabalhe fora da agenda tradicional do Ministério da Defesa, do Conac e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os investimentos de curtíssimo prazo, por exemplo, precisam ser decididos pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, que participariam desse gabinete de crise, sem submeter a liberação de recursos aos tradicionais ritos de empenho e execução orçamentários. Jobim quer que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também integre o gabinete.
Paralelamente às providências de adequação da demanda às rotas e à capacidade de atendimento das companhias aéreas, Jobim já tem em mãos uma lista de investimentos envolvendo equipamentos para torres de controle e salas de meteorologia, por exemplo. E quer tomar logo uma decisão sobre a terceira pista do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP).