O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta quinta-feira (4) que a sua participação na discussão sobre a autoria dos grampos telefônicos no Supremo Tribunal Federal foi apenas entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a relação dos aparelhos adquiridos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “A relação que entreguei tem uns equipamentos que têm varredura, tem outros que fazem menção que o aparelho é de interceptação e tem outro que é de escuta ambiental”, declarou o ministro.
Ele não soube dizer se o equipamento que o Exército teria é o mesmo que a Abin dispõe. “Não estamos discutindo sobre o Exército. Estamos discutindo a Abin. O foco é a Abin. Não tenho nada para falar sobre o Exército”, disse o ministro, ao deixar o Tribunal Superior Eleitoral, onde foi tratar da segurança das eleições municipais no Rio de Janeiro.
Jobim confirmou que os equipamentos para a Abin foram adquiridos por meio de uma comissão de compras que o Exército tem em Washington. Ele explicou que não só os órgãos vinculados à Defesa, mas outros do governo utilizam essa comissão para fazer aquisição de equipamentos nos Estados Unidos, aproveitando a experiência do órgão.
O ministro informou que vai à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos atendendo a convocação dos parlamentares, embora admita que não tem nada a dizer. “Não tenho nada a dizer. O que vou dizer é exatamente isso que estou dizendo aqui. Quem grampeou ou quem deixou de grampear são hipóteses, suspeições que eu não tenho o que falar”.
Questionado se sua ida à CPI seria, então, desnecessária, respondeu: “Evidentemente. Mas eu vou lá. Eu vou sempre. Se o Congresso convocar eu não tenho a menor dificuldade de ir lá”, completou o ministro, reafirmando que a sua função nesse episódio foi informar o tipo de equipamento que foi adquirido na comissão do Exército a pedido da Abin.