Brasília – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou nesta terça-feira (23) a falta de rigor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em relação aos atrasos registrados ontem (22) no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista. Para Jobim, houve "leniência" do órgão.

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"Ela [Anac] continua naquela leniência que a caracteriza", afirmou o ministro, após participar da cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Aeronáutico, na Base Aérea de Brasília.

Para Jobim, o mau tempo foi a principal causa dos atrasos, mas as companhias aéreas também são responsáveis pelos transtornos, porque não deram assistência aos passageiros.

Na avaliação do ministro, a Anac tem de impor regras para que as empresas prestem bom atendimento. Ele disse que é preciso "definir regras, através de legislação que possa impor condutas dessa natureza, inclusive em relação a ações que a Anac deve tomar".

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Segundo balanço divulgado pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), até as 22h de ontem, 129 vôos foram cancelados e 465 tiveram atraso de mais de uma hora nos aeroportos brasileiros.

O aeroporto de Congonhas foi um dos que registraram número elevado de atrasos. Dos 262 embarques e pousos previstos, 80 estavam atrasados e 32 foram cancelados até o horário do boletim da Infraero.

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Sobre uma possível saída do presidente da Anac, Milton Zuanazzi, o ministro evitou fazer comentários sobre o assunto, já que Zuanazzi só pode deixar o cargo se pedir demissão. "Cada coisa no seu tempo", afirmou Jobim.

O brigadeiro Allemander Jesus Pereira Filho foi nomeado ontem (22), oficialmente, diretor da Anac. Ele é o primeiro a ser nomeado para um dos quatro cargos vagos na diretoria da agência, depois que os ex-ocupantes renunciaram em meio a críticas de ineficiência do órgão para lidar com a crise no setor aéreo.

Mais dois indicados para compor a diretoria da Anac serão sabatinados amanhã (24) na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, Marcelo Pacheco dos Guaranys e Alexandre Gomes de Barros.