O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta segunda-feira (22) que os acordos militares do o Brasil com a França possibilitarão a instalação no Rio de Janeiro de um estaleiro para construção pelos franceses de cinco submarinos para a Marinha do Brasil: quatro naves convencionais Scorpéne e o veículo nuclear brasileiro. Segundo o ministro, o estaleiro será construído e operado pelo setor privado francês e, depois de 20 anos, passará a integrar o patrimônio público brasileiro. Os acordos com a França não incluem propulsão submarina nuclear, cuja tecnologia o País já domina. Também no Rio, explicou Jobim, ficará a base do futuro submarino nuclear, que levará duas décadas para ficar pronto.

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“O estaleiro vai ser construído em entendimento com o setor privado. Eles produzem e, depois de 20 anos, isso vem para o patrimônio brasileiro”, declarou Jobim, durante o 2º Encontro Empresarial Brasil-União Européia, no Copacabana Palace, do qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Nicolas Sarkozy. “No vigésimo ano, vamos terminar recebendo o submarino nuclear. Tudo isso com transferência total de tecnologia, inclusive treinamento de engenheiros brasileiros junto a fábricas francesas.”

Os acordos também prevêem a compra, para montagem no Brasil, de 50 helicópteros, ao custo de 1,899 bilhão de euros nos próximos anos. Só essa parte das conversas com os franceses, porém, já está definitivamente fechada, inclusive com contrato, afirmou o ministro. Os submarinos seriam objeto de instrumentos legais distintos, mas ainda preliminares. Nos dois casos, haveria, de acordo com o ministro, transferência de tecnologia francesa, uma das preocupações do governo brasileiro. Outro ponto importante para o Brasil é a possível criação de empregos a partir das encomendas militares.

Os entendimentos do Brasil com a França na área militar também poderão incluir o fornecimento de caças – o governo brasileiro deverá encerrar em julho a análise das propostas para compra de novos jatos, apresentadas pela francesa Rafale, pela americana Boeing e pelos suecos da Grippen. O ministro afirmou que as ações, parte do Plano Estratégico de Defesa, não deverão sofrer impacto da crise econômica. “É tudo a longo prazo. Estou falando em 20 anos”, disse.

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