O presidente nacional do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, disse que a emenda de prorrogação da vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é questão relacionada à discussão sobre suposto projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de alterar a legislação eleitoral para poder concorrer a um terceiro mandato. Jefferson afirmou que os recursos da arrecadação da CPMF – estimados em R$ 40 bilhões para 2008 – poderiam ser utilizados pelo governo para conseguir o terceiro mandato.

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Ele mencionou como exemplos os projetos de reeleição presidencial ilimitada na Venezuela, onde, segundo o ex-deputado "pode haver derramamento de sangue", e na Bolívia, que, no seu entender, "está à beira de uma secessão.

"Não pense que isso não pode acontecer no Brasil. O ovo da serpente começa é assim", afirmou. Sobre a CPMF, disse: "É muito dinheiro nas mãos do governo. É quase uma monarquia todo esse dinheiro na mão de Lula. Dá um sentimento meio bolivariano, chavista, de terceiro mandato.

O ex-deputado disse que, pessoalmente, nada tem contra Lula, mas que "é preciso respeitar a democracia, para que não ocorra (no Brasil) o que ocorre na Venezuela." Declarando-se contrário à CPMF, disse que ficou sabendo que o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, seu colega de partido, vai procurar os senadores do PTB para tentar convencê-los a voltarem para o Bloco do Governo, e antecipou que não vai polemizar com Múcio.

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"Com Walfrido", disse, referindo-se ao antecessor de Múcio na articulação política do governo, "era fácil, porque era arrogante, pedante e nunca conseguiu juntar gente em torno de si. Com Múcio, tenho de pensar dez vezes: ele é sedutor, inteligente, habilidoso e tem o afeto da bancada. Vou caminhar com cuidado, pensando em não criar conflito.