Jefferson acha que será único cassado

Brasília – O ex-deputado federal Roberto Jefferson entrou ontem no Supremo Tribunal Federal com mandado de segurança em que pede a suspensão da cassação de seu mandato. O ministro Celso de Melo é o relator. Os advogados de Jefferson afirmam que o ex-deputado teve seus direitos de defesa "cerceados e constrangidos" e, por isso, pedem a suspensão da cassação. Em entrevista coletiva na tarde de ontem na sede do PTB, Jefferson disse que sempre soube que seria cassado e que por isso fez na véspera um discurso de depedida no plenário.

Ele disse que vai pedir aposentadoria porque "a vida vai ficar difícil" para ele daqui para frente e afirmou que será o único a ser cassado. O petebista denunciou um suposto acordo entre o PSDB e o PT para limitar as cassações e evitar investigações sobre o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e sobre os fundos de pensão. Jefferson fez um apelo para que seu partido se afaste do governo e cobrou que o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, cumpra a promessa que teria sido feita de que, a partir do momento que ele (Jefferson) atacasse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro se desligaria do PTB.

"É hora de Walfrido fazer isso, senão vai reduzir o PTB ao Ministério do Turismo e o Ministério do Turismo é um traque, e o PTB não é um traque. Não podemos permitir que o PSDB e o PFL se assenhoreiem (tomem posse) de nosso discurso de oposição. Fomos nós que tiramos a máscara do PT e do governo Lula. Quem toca a política econômica é a turma do FMI, a mesma do governo Fernando Henrique", afirmou, pedindo que seu partido não se alie mais ao PT: "Com esses caras não. Com todo mundo, menos com o bode barbudo".

Jefferson disse que vai retirar o processo de cassação contra o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), porque não tem prova robusta contra ele, mas vai manter a representação contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O ex-deputado disse ainda que "caiu de pé e não se ajoelhou". Jefferson disse ter sido vítima de uma injustiça e de um processo fascista no Conselho de Ética da Câmara e brincou com os 313 votos dados para sua cassação e o número da legenda do PT. Segundo ele, 300 votos foram dados pelos "picaretas" do presidente Lula, uma referência a uma frase antiga de Lula sobre os parlamentares, somados ao número 13 do partido do presidente.

"Eu sabia que ia ser cassado, só não sabia que ia ser esse número cabalístico. São os 300 picaretas do Lula mais os 13 do PT", afirmou.

Jefferson disse que a decisão foi política e que estava condenado desde o dia 14 de junho porque teria rompido com os costumes da Câmara e aproveitou para atacar o ex-presidente do PT José Genoino. 

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