São Paulo (AE) – A vigilância sobre uma família de Caldeirão Grande (BA) levou a polícia a prender o principal acusado da morte do arquiteto Márcio Fernando Valadão, de 47 anos, e de sua namorada, a enfermeira Maria Vilma Pinto de Oliveira, de 39. O jardineiro Kleisson Jesus da Silva, de 25, confessou o crime em depoimento na cidade baiana. Disse que matou porque o arquiteto, seu ex-patrão, devia-lhe R$ 600,00 de direitos trabalhistas.
Silva afirmou ter praticado o crime sozinho, mas o delegado responsável pela investigação, Alvin Spínola de Castro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), desconfia que ele tenha recebido ajuda de alguém para matar o casal em 14 de fevereiro. O crime ocorreu na Rua Irineu Reis, na Saúde, na zona sul de São Paulo. O arquiteto, dono de uma empresa de paisagismo, teve os pés e mãos amarrados e foi morto com uma facada no pescoço. Sua namorada foi estrangulada com um fio de telefone.
De acordo com a polícia, o acusado do crime disse que chegou à casa do ex-patrão para conversar, mas acabou discutindo com a vítima e praticando o crime. Valadão e Maria Vilma namoravam desde setembro. Ele havia preparado um jantar para a enfermeira em sua casa – os peritos encontraram o macarrão ainda no escorredor. Os corpos da vítima foram achados no dia seguinte por um dos filhos do primeiro casamento de Valadão. Ele havia ido à casa do arquiteto, onde funcionava a empresa de paisagismo pois ia começar a trabalhar com o pai naquele dia.
Desde o crime, os policiais do DHPP desconfiavam do ex-funcionário, pois ele teria ameaçado a vítima. Os policiais tentaram encontrá-lo em São Paulo, mas não conseguiram. Passaram então, à polícia baiana as informações sobre o caso. Esta ficou vigiando a casa da família do suspeito, em Caldeirão Grande, a cerca de 280 quilômetros de Salvador.
Na sexta-feira, os policiais confirmaram que Silva estava na cidade. Depois de detê-lo e de interrogá-lo, os policiais levaram o acusado à cadeia de Jacobina, cidade a 300 quilômetros da capital do Estado.
Na quinta-feira (17), uma equipe de policiais do DHPP deve ir à Bahia para apanhar o acusado e trazê-lo a São Paulo, onde a Justiça decretou sua prisão temporária por 30 dias.