A Mata Atlântica é o bioma mais diverso do Brasil, com 19.355 espécies conhecidas. Em seguida, vêm Amazônia (com 13.317 espécies da flora), Cerrado (12.669), Caatinga (5.218), Pampa (1.964) e Pantanal (1.240).
Lançada no ano passado, após um intervalo de mais de um século desde a publicação do livro Flora Brasiliensis (1906), a lista completa de todas as espécies de plantas e fungos conhecidos do País acaba de ser atualizada pelo Jardim Botânico do Rio.
Das 41.006 espécies descritas, 18.932 são endêmicas. É uma das maiores taxas de endemismo (46%) do planeta, informa a publicação. De 1990 a 2006, foram descritas 2.875 novas espécies no Brasil, média de 169 por ano.
“Ainda tem muita planta para ser conhecida. A gente luta contra o tempo e contra a velocidade da destruição”, diz a bióloga Rafaela Forzza, coordenadora da Lista de Espécies da Flora do Brasil.
Ela lembra que o trabalho descreve espécies que existem ou já existiram. “Se estão preservadas, é outra pergunta.”
Rafaela disse acreditar que, com o aumento das pesquisas, cresça o número de espécies do bioma Amazônia.
“Como a Amazônia Legal ocupa quase metade do território, esperávamos que tivesse um número maior. Mas muitas pesquisas estão concentradas em áreas de Mata Atlântica”, diz a bióloga. O objetivo é atualizar a lista a cada ano. “A taxonomia é uma ciência dinâmica.”
A publicação foi resultado do trabalho de mais de 400 taxonomistas do Brasil e do exterior, sob a coordenação do Jardim Botânico. “Enquanto Martius e colaboradores levaram 66 anos para produzir a Flora Brasiliensis (de 1840 a 1906), foram necessários menos de dois anos para a publicação da Lista da Flora online e de sua versão impressa, o Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil.
“A publicação representou o cumprimento de uma das metas estabelecidas pela Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC), da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, com a elaboração uma “lista funcional amplamente acessível das espécies conhecidas de plantas de cada país, como um passo para a elaboração de uma lista completa da flora mundial”.
O trabalho teve o apoio do Ministério do Meio Ambiente, do Centro Nacional de Conservação da Flora e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A lista está disponível na internet (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011). Há imagens e estatísticas como a distribuição das espécies por Estados, regiões e domínios, entre outras informações.