Depois de provocar alvoroço na campanha tucana, com a notícia de que liberaria seu palanque para o candidato do PPS a presidente, caso Ciro Gomes queira declarar-lhe voto, o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), redimiu-se. Não apenas foi firme no apoio ao candidato tucano, em sua passagem por Recife, como encorajou José Serra a atravessar a crise com serenidade até o início do programa eleitoral no dia 20.
“Não estou desanimado não. Eu mesmo não comecei minha campanha e aposto tudo na televisão”, consolou Jarbas, que tem 65% da preferência do eleitorado na disputa pela reeleição, diante da queda do tucano nas pesquisas eleitorais. O governador entende que a televisão não opera milagre, mas diz que no caso de Serra não será preciso. “Temos o melhor candidato, uma boa equipe de marketing e o maior tempo no programa de rádio e televisão para Serra mostrar seu conteúdo”.
A despeito dos desentendimentos entre a coordenação da campanha de Jarbas e os coordenadores do comitê central de Serra, apelidado de “estatal inoperante” por aliados do PMDB e PSDB do Nordeste, os dois políticos estão afinados no discurso. “Erra quem se guia pelas pesquisas. A campanha de fato só começa no dia 20”.
Jarbas aconselhou Serra a suportar firme a tormenta dos baixos índices nas pesquisas, mas admite que houve erros na campanha e de pouco ou quase nada valeram as andanças do tucano pelos estados em busca de votos. “Ele já deve estar escaldado de visitas sem ter conseguido tirar quase nenhum proveito delas, mas daqui até lá (o início do programa eleitoral) Serra não tem outra saída”, avaliou. O que Jarbas critica não é a agenda de viagens do tucano, mas a estratégia de centrar os ataques em Ciro, esperando a queda do adversário nas pesquisas.