Japoneses vão entrar em licitação do trem-bala

Um consórcio de empresas japonesas, liderado pelo conglomerado Mitsui, pretende lançar uma oferta no processo de licitação para concessão da exploração do serviço de transporte ferroviário de passageiros que vai interligar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas por um sistema de trens de alta velocidade – TAV. O objetivo é introduzir o sistema japonês de trem-bala pela primeira vez fora da Ásia, de acordo com informações de um fonte inteirada do assunto, citada pela agência de notícias Kyodo News.

A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) anunciou ontem uma minuta do edital para o projeto de construção do trem-bala. O documento permanecerá em audiência pública até o final de fevereiro. A intenção da ANTT é fazer o leilão em maio de 2010.

O único sistema “shinkansen” – palavra que significa “nova linha troncal” e é usada como referência para a rede de alta velocidade do Japão – construído fora do território japonês até agora está em Taiwan, onde começou a funcionar em 2007. A Mitsui também liderou o grupo de companhias que construiu o sistema em Taiwan.

O consórcio japonês que deve participar do processo de licitação no Brasil, um projeto avaliado em cerca de 4 trilhões de ienes (US$ 44,286 bilhões), incluindo 1,5 trilhão de ienes em custos de construção, deve ser composto ainda pela Toshiba, Hitachi e Mitsubishi Heavy Industries. O grupo Japan Railway também deve cooperar, informou a agência de notícias Kyodo News.

A Toshiba ficaria encarregada do sistema de transporte e a Hitachi, dos vagões, enquanto a Mitsubishi Heavy supervisionaria a operação de construção, de acordo com as fontes consultados pela agência japonesa de notícias. O projeto brasileiro prevê a construção de um sistema ferroviário de alta velocidade de 510 quilômetros, o que permitiria fazer a conexão entre o Rio e São Paulo em menos de duas horas.

Companhias da Coreia do Sul e da Europa também já expressaram interesse em participar do processo de licitação, com apoio total de seus respectivos governos, segundo a Kyodo News.

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