Brasília – Quem vê Jader Barbalho circulando tímida e discretamente pelo plenário e pelos corredores da Câmara não pensa outra coisa: ali vai o ex-poderoso homem forte do PMDB e do Congresso, o primeiro parlamentar a perder o mandato em pleno exercício da presidência do Senado e que, agora, amarga o ostracismo como simples deputado pelo Pará. Está tudo errado. Ali vai um dos maiores articuladores políticos do PMDB e do Congresso. Por enquanto, nos bastidores. A adversidade política o transformou no que ele, citando o filósofo francês Raymond Aron, se define: “um espectador engajado”. Não fez até hoje um só discurso ou aparte no plenário nem apresentou qualquer projeto nesses sete meses de mandato. Mas não há nada que aconteça no Congresso, envolvendo principalmente o PMDB, de que ele não participe. Da votação da reforma da Previdência à filiação de Anthony Garotinho no PMDB, lá está o dedo de Jader. A festa da filiação do secretário de Segurança do Rio ao PMDB, terça-feira à noite, na casa do presidente do partido, Michel Temer, contou com sua presença e terminou na madrugada de quarta-feira na sua casa.
