Subiu para oito o número de mortos vítimas das enchentes ocorridas nos últimos dias na região sul do Rio Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil do Estado, foram encontrados nesta sexta-feira (30), os corpos do motorista de uma caminhão, em Arroio Fragata, no acesso ao município de Capão do Leão, e do maquinista de um trem que descarrilou sobre a BR-392, entre Pelotas e Canguçu, na quinta (29). Cinco pessoas seguem desaparecidas.
Ainda há bloqueios impedindo o tráfego na região, mesmo após liberação de alguns trechos de rodovias. A passagem pelo quilômetro 527 da BR-116, entre Pelotas e Jaguarão, ficará interrompida por pelo menos seis meses, até que a ponte sobre o arroio Fragata, levada pela enxurrada, seja reconstruída. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou o quilômetro 16 da BR-293, entre Bagé e Capão do Leão, mas recomenda aos motoristas das duas cidades que nem iniciem viagem se o destino for Pelotas porque, para isso, teriam de sair da rodovia e trafegar pelo trecho interrompido da BR-116.
Em outra estrada federal que passa por Capão do Leão, a BR-392, o tráfego permanece interrompido porque a cabeceira de uma ponte está avariada. Nos três casos, há a possibilidade de desvios por estradas vicinais, sem asfalto, mas a PRF recomenda aos motoristas que esperem mais alguns dias para usar a alternativa porque ainda há muita lama, trechos escorregadios e até alagados. Um alívio para os motoristas que trafegam na região foi a liberação da passagem pela ponte da BR-116 sobre o arroio Turuçu, em meia pista, o que permite a retomada das viagens a Porto Alegre.
A prefeitura de Pelotas decretou ontem situação de emergência por causa da enchente. O abastecimento de água aos moradores da cidade está quase normalizado, o que deve ser completado até o final do dia, segundo a prefeitura, mas ainda há áreas de Pelotas sem energia. O município registrava, esta manhã, 498 desabrigados e 1,2 desalojados.
Embora ainda tenha chovido hoje em Turuçu, ao norte de Pelotas, as águas baixaram e a cidade está recebendo donativos por via rodoviária, informou o sargento Charles Luis Rosa da Silveira, da Defesa Civil. A cidade tinha, até esta manhã, 300 desabrigados e foi montado um abrigo no salão da igreja Nossa Senhora Medianeira.
Dracena
Em São Paulo, a prefeitura de Dracena, no interior do Estado, decretou estado de calamidade pública ontem por conta das fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias. Segundo a Defesa Civil, as chuvas causaram muitas estragos, principalmente na zona rural da cidade. A maioria das pontes do município teve partes arrastadas pelas correntezas. Algumas estradas rurais também foram danificadas. Cerca de 495 moradores estão desabrigados ou desalojados, segundo a Defesa civil. Não houve registro de mortes ou de feridos.