São Paulo (AE) – O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou ontem que não defende a absolvição de nenhum deputado acusado de participar do esquema do ?mensalão?, Izar, entretanto, criticou, duramente, o trabalho da Corregedoria da Câmara que, segundo ele, instalou uma sindicância que ?não investiga?. ?O problema é que eles querem enviar um pacote com 16 processos para o conselho e muitos sem prova ou indício. Aí, o regimento, me diz para arquivar. Por que eles não arquivam lá ? Não quero o ônus da absolvição?, disse.
Segundo Izar, a Corregedoria deveria enviar os processos separadamente, e com um parecer sobre os casos, o que não tem sido feito. ?O papel da Corregedoria é o de fazer a sindicância e é para dar um parecer que eles têm um relator. Se não há parecer, por que se coloca um relator??, questionou. O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados admitiu, entretanto, que alguns processos carecem de indícios de irregularidades, o que pode desembocar em absolvições, mas que a constituição das provas é dever da Corregedoria.
Tratamento diferenciado
O relator do processo disciplinar contra o deputado José Dirceu (PT-SP) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), é contrário a qualquer tipo de manobra que possa privilegiar parte dos 16 parlamentares apontados como beneficiários do suposto esquema do ?mensalão?. O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP) defende que os casos de pelo menos cinco deputados deveriam ser arquivados pela Mesa Diretora antes mesmo de serem enviados ao Conselho.
