O presidente do Itaú, o segundo maior banco privado do País, Roberto Setubal, anunciou na sexta-feira (18) em um e-mail enviado aos 65 mil funcionários do grupo, uma profunda mudança na cúpula da instituição. A principal delas é sua saída do dia a dia dos negócios, o que implicou um redesenho total da diretoria. Em vez dos 19 executivos anteriores, haverá 10: cinco deles dividirão as operações propriamente ditas e os outros cinco ficarão responsáveis por áreas consideradas de apoio.

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Na nova estrutura, o ex-presidente da filial brasileira do BankBoston Geraldo Carbone, de 48 anos, ocupará a vice-presidência das atividades de pessoa física. O departamento inclui o banco de varejo e o Personnalité, divisão voltada à clientela de alta renda. No total, a área comandada por Carbone tem cerca de 15 milhões dos 23 milhões de clientes do grupo.

O presidente do Itaú observou, em reunião realizada ontem mesmo com executivos, que a concorrência no setor bancário brasileiro é hoje muito maior do que no passado e atribuiu as alterações na diretoria ao nível de "complexidade" das operações, que se deve ao gigantismo adquirido pela instituição. Na avaliação de Setubal, a nova configuração da diretoria prepara o banco adequadamente para enfrentar os desafios esperados para os próximos anos.

Dois dos 19 executivos que respondiam diretamente a Setubal antes da reforma na diretoria se aposentaram. Luciano Amaro, que cuidava da área jurídica, será consultor do banco. Henri Penchas que liderava o segmento de controladoria, ocupará uma vaga no Conselho de Administração. Os dois fizeram 62 anos e, pelo estatuto da instituição, foram obrigados a deixar seus cargos. A reforma na cúpula anunciada por Setubal exclui o Itaú BBA, banco de atacado do grupo que é comandado por Candido Bracher.

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Crédito

Na nova estrutura do Itaú, o ex-diretor de Política Econômica do Banco Central (BC) Sérgio Werlang foi promovido de diretor-executivo para vice-presidente-executivo. Ele cuidará da área chamada de modelagem, que é responsável pela elaboração de modelos estatísticos de avaliação de crédito, como o credit score. Werlang foi o responsável pela implementação do sistema de metas de inflação no País.

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