O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu hoje que o Itamaraty transmitiu várias vezes ao Ministério da Agricultura advertências sobre a possível restrição da União Européia (UE) ao ingresso de carne bovina in natura brasileira em seu mercado. "É nosso papel", afirmou.

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Em viagem nos últimos 10 dias ao Oriente Médio, entretanto, o ministro apenas foi informado sobre as atitudes e declarações que partiram da pasta de agricultura do governo sobre o tema.

No último sábado (dia 16), o chanceler brasileiro conversou sobre o assunto com o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e defendeu que o sistema de rastreabilidade exigido pelos europeus é muito pesado. Amorim também disse a Mandelson que a "latitude" de medidas em defesa do importador, no âmbito do acordo de medidas sanitárias e fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC), é muito grande, mas não abre nenhuma brecha para que os países importadores adotem restrições quantitativas.

Segundo Amorim, Mandelson reiterou que Bruxelas havia várias vezes advertido o governo brasileiro sobre a não aplicação do rastreamento pelos pecuaristas. Amorim deixou claro que está em estudo, no Itamaraty, a possível queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as exigências de rastreabilidade pela União Européia (UE), sob o argumento de que se trata de um procedimento desnecessário, excessivo e custoso ao produtor. Porém, Amorim advertiu que para esse caso ser levado adiante é preciso apresentar um forte argumento jurídico.

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