Itamar recua e fala em “reconciliação”

Um discreto recuo do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, sobre as críticas disparadas em notas contra o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso na última sexta-feira deve garantir a edição, hoje ou amanhã, da medida provisória com regras sobre o ressarcimento pela União de gastos estaduais com rodovias federais. O discurso de “reconciliação” de Itamar, expresso em nova nota na noite de sábado, foi o primeiro resultado de uma complexa e delicada negociação política que teve à frente o governador eleito de Minas, Aécio Neves (PSDB).

Foi o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso que “jogou o problema no colo do Aécio”, disse ontem um político com trânsito no Planalto. A medida provisória, que contemplará o governo de Minas com um crédito de R$ 1,2 bilhão – que Itamar tanto deseja para pagar o 13.º salário do funcionalismo – já estava praticamente pronta na noite de quinta-feira, apesar da forte resistência do Ministério da Fazenda e de integrantes do novo governo, como o futuro ministro Antonio Pallocci.

Mas, com as críticas de Itamar, sua edição foi suspensa e Aécio Neves recebeu de Fernando Henrique a encomenda de uma solução política com o governador mineiro.

Depois de muitas conversas diretas, ou por interlocutores, entre Aécio e Itamar, o governador de Minas soltou na noite de sábado a nota em que fala que “o momento exige conciliação” e refere-se ao presidente Fernando Henrique Cardoso como “amigo”.

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