Brasília – Com dois políticos que já ocuparam a cadeira de presidente da República disputando espaço e um governador forte em busca da reeleição, as negociações para formar os palanques nas eleições de Minas Gerais, onde estão 13,3 milhões de eleitores ou 10% do eleitorado brasileiro, começam na quarta-feira em um almoço do governador Aécio Neves com o ex-presidente Itamar Franco (PMDB). Além de Itamar, aliado do presidente Lula até poucos meses atrás, outros dois políticos com função no governo petista, o vice José Alencar e o ministro Saraiva Felipe (Saúde), são personagens dessas intrincadas articulações mineiras.

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As apostas no Palácio das Mangabeiras são de que Itamar Franco, agora um crítico do governo Lula, acabará fechando com Aécio uma aliança, ainda que branca, para disputar uma vaga ao Senado. O PT, que tem como opção disputar o governo do estado com o ex-secretário nacional de Direitos Humanos Nilmário Miranda, ainda tenta atrair o apoio do PMDB, justamente com o argumento de que dois peemedebistas mineiros ocupam hoje ministérios do governo Lula, além de Felipe, o senador Hélio Costa é titular do Ministério das Comunicações. Mas os tucanos de Minas acreditam que o velho PMDB vai optar pela candidatura com mais chance de vitória.

Em meio a todas especulações e articulações, uma variável importante para as eleições no estado ainda não está definida: que cargo o vice-presidente José Alencar deve disputar? Com a força política e empresarial que consolidou em Minas, Alencar seria naturalmente um candidato forte a qualquer cargo, mas pode estar perdendo essa oportunidade por conta das trocas de partido, do PMDB para o PL, e do PL para o recém-criado PMR, e da dificuldade de compor com Itamar e Aécio.

Segundo aliados, Alencar, que é também ministro da Defesa, está disposto a se afastar do cargo até o dia 31 de março, prazo de desincompatibilização para políticos que vão disputar as eleições deste ano deixarem cargos no Executivo. Mas o futuro do vice ainda é incerto. Tem muitas opções e pode ficar sem nenhuma, dizem experientes políticos mineiros que circulam no Congresso. "Pela unidade de Minas, ele poderia abrir mão de alguma pretensão. Mas, no partido (PMR) ele tem três alternativas: o Senado, o governo de Minas ou a Presidência da República", confirma um auxiliar do vice-presidente.

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