Iruan: uma batalha jurídica de três anos entre Brasil e Taiwan. |
Taipé – O menino Iruan Ergui Wu, de 8 anos, finalmente deixou ontem Taiwan rumo à casa de sua avó em Canoas, no Rio Grande do Sul, no Brasil, encerrando uma batalha legal de três anos por sua guarda. Cercado por dezenas de policiais, parentes chorosos, moradores e repórteres no aeroporto, Iruan começou sua jornada de 40 horas até o Brasil. Seu vôo teve escalas em Hong Kong, Johanesburgo e São Paulo, de onde ele parte para o Rio Grande do Sul.
Vestido com um jaqueta amarela e segurando as mãos dos tios, o garoto parecia mais calmo que há dois dias, quando foi tirado à força da casa do tio, em um vilarejo pesqueiro do condado de Kaohsiung. “Falei para ele ?sentimos por ter te desapontado e ter que te deixar partir?, disse Wu Huo-yan, depois que o avião partiu. “Desejei a ele uma vida feliz”, disse, em lágrimas.
No ano passado, a Justiça de Taiwan determinou que a guarda legal de Iruan – filho de um marinheiro taiuanês e de uma brasileira – deveria ficar com a avó, Rosa Leocádia da Silva Ergui. Mas Wu Huo-yan, que criou o sobrinho desde a morte do pai dele em 2001, recusou-se a entregá-lo. A batalha legal começou após a morte do pai de Iruan, pouco depois de tê-lo levado para Taiwan, em 2001. A mãe do garoto já tinha morrido anos antes.
A chegada do garoto à Porto Alegre é motivo de preocupação e alegria para a família. Se por um lado existe a preocupação de se manter a privacidade de Iruan, por outro, várias festas e recepções estão sendo programadas para comemorar sua volta. A primeira delas será já no aeroporto, onde a torcida organizada do Grêmio entregará uma camiseta do clube para o garoto. Do aeroporto, o garoto segue para a casa de sua avó, Rosa Leocádia Ergui, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, onde terá uma recepção reservada à família.