Brasília – Depois de ter tido um assessor preso pela Polícia Federal na sexta-feira no aeroporto de Congonhas com R$ 200 mil e US$ 100 mil, o deputado estadual José Guimarães, líder do PT na Assembléia do Ceará e irmão do presidente nacional do partido, José Genoino, pode ser investigado também por ter ligações com o publicitário Marcos Valério. Ele e outros 11 deputados federais e três estaduais constam da agenda de telefones do publicitário mineiro, acusado de ser o operador do esquema de pagamento de mesada de R$ 30 mil a políticos aliados do governo.

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Um sinal de que o publicitário tinha algum contato com os parlamentares é o fato de constarem na sua agenda os números dos telefones celulares dos deputados. Entregue pela ex-secretária de Valério Fernanda Karina Somaggio à CPI dos Correios no fim da noite de quinta-feira, a agenda é um indicativo de quem eram os interlocutores do publicitário no governo, no Congresso e na política.

Além do petista cearense, constam da agenda de Valério os nomes do líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), e os deputados federais Romeu Queiroz (PTB-MG), Virgílio Guimarães (PT-MG), Herculano Anghinetti (PP-MG), Inocêncio Oliveira (PFL-PE), João Magno (PT-MG), Romel Anízio (PP-MG), Luiz Antônio Fleury (PTB-SP), o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), José Mentor (PT-SP) e o ex-líder do Governo na Câmara Professor Luizinho (PT-SP).

Até Dirceu

Os números do antigo gabinete do ex-ministro José Dirceu no Palácio do Planalto também estão na agenda do publicitário Marcos Valério. O telefone do aparelho celular do secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação do Governo, Marcus Flora, também. Os números da casa e do celular do ministro do Turismo, o petebista mineiro Walfrido Mares Guia, estão incluídos na lista do publicitário. O telefone do gabinete deixado por Humberto Costa na sexta-feira também faz parte da agenda.

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Na área de interesse dos negócios de Valério no governo federal, fazem parte ainda da agenda do publicitário os números pessoais do diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, e do ex-presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães, que foi responsável pelo braço de crédito para pessoas de baixa renda do BB. O presidente da Casa da Moeda, o petista Manoel Severino, com quem Valério admitiu ter se reunido, também faz parte da lista.