Irmão depõe e desmente Suzane e Cravinhos

Foto: Marcelo Alves/Futura Press

Suzane no segundo dia de julgamento: irmão virou inimigo.

Primeira testemunha a ser ouvida no 1.º Tribunal do Júri da Barra Funda, onde acontece o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, réus confessos do assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, Andreas, irmão mais novo de Suzane, falou por mais de duas horas e desmentiu algumas declarações feitas pela irmã em seu interrogatório de segunda-feira.

Andreas disse que teve vontade de ir a uma delegacia registrar boletim de ocorrência contra Suzane. Segundo ele, o desejo surgiu num dia que estava saindo para fazer aula de direção e viu Suzane passando em frente à casa. Disse ainda que ela rondava a casa da avó. ?Eu não sei se é verdade, mas dizem que ela é psicopata. De uma pessoa assim, a gente pode esperar qualquer coisa?, afirmou.

Após o advogado de Suzane, Mauro Octávio Nacif, ler um bilhete escrito por Andreas em 22 junho de 2003, no qual dizia estar com saudades da irmã e ser contra o processo que a excluía da herança da família, Andreas disse que foi coagido pela irmã a escrever o bilhete quando ela esteve presa na Penitenciária Feminina da Capital.

Questionado por Nacif, Andreas insistiu em negar a hipótese de que o pai deles, Manfred, estuprava a filha e que também o havia molestado. ?Meu pai era uma homem muito mais digno do que muita gente aqui?, respondeu Andreas a Nacif.

A principal contradição apresentada por Andreas é a respeito da pistola encontrada em junho do ano passado dentro de um urso de pelúcia da irmã. De acordo com a versão de Andreas, a arma teria sido trazida por Daniel e Suzane a teria escondido dentro do brinquedo. Suzane, no entanto, afirmou em seu depoimento que a arma era de Andreas, que a usava para caçar.

Andreas também frisou por diversas vezes que o relacionamento da jovem com os pais era bom e que o pai era menos severo que a mãe. Ele disse também que, no começo do relacionamento de Suzane e Daniel, havia a aprovação dos pais e que o casal Richthofen só teria se oposto ao namoro após descobrir que Daniel teria apresentado maconha a Suzane.

Acareação vai mostrar quem mente

São Paulo (AE) – Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos, réus confessos do assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia, serão acareados hoje, terceiro dia do julgamento dos réus. O confronto entre os acusados, que deram declarações contraditórias nos seus depoimentos de segunda-feira, ocorrerá depois do interrogatório das testemunhas.

O promotor Roberto Tardelli encontrou cerca de 15 contradições no depoimento dos três réus. Ele apontou que mudar a tese no dia do júri, como fez Christian Cravinhos, ao negar que tenha golpeado Marísia von Richthofen, é ?temerário?.

Para o promotor Nadir Campos Junior, apesar de Daniel ter tentado inocentar o irmão, não há nenhuma dúvida que Christian participou do crime. ?Não há nenhuma dúvida sobre quem participou do crime. A dúvida é só de quem teve a idéia. Essa dúvida deverá ser sanada com a acareação entre eles?, falou.

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