Irmão de Sarney foi alvo de grampos da Polícia Federal

Mais novo nome da lista de parentes do senador José Sarney (PMDB-AP) que receberam salário do Senado, Shirley Araújo e o marido dela, Ernane Sarney, irmão do presidente do Senado, José Sarney, são personagens de inquérito da Polícia Federal (PF). Eles caíram na malha da Operação Navalha, que investigou esquema de corrupção da construtora Gautama para distribuir propina a políticos em troca de contratos de obras públicas.

Shirley apareceu como destinatária de depósitos bancários feitos pela Gautama em valores picados para driblar a fiscalização do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o órgão do Ministério da Fazenda encarregado de monitorar movimentações financeiras suspeitas. Ernane Sarney caiu em grampo com o diretor financeiro da construtora, Gil Jacó Santos, de maneira suspeita – cobrando dinheiro. A conversa se deu em 25 de abril de 2007.

Em pouco mais de dois minutos, Ernane Sarney se mostra irritado. “Eu tô com a corda no pescoço e o pessoal também tá com a corda no pescoço aqui, rapaz”, diz ele, sem deixar claro qual é o “pessoal”. O diretor da Gautama tenta acalmá-lo. “A gente tá pra receber um recurso que tá pra entrar de Alagoas aqui…”, afirma Gil Jacó, um dos 46 presos na Operação Navalha, deflagrada em maio de 2007, um mês após a conversa.

O jornal O Estado de S. Paulo tentou falar com Ernane e Shirley. No telefone da casa dele, ninguém atendia. A reportagem ainda deixou recados, mas até o fechamento da edição ele não ligou de volta.

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