O Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural (Iphan) deve decidir na próxima semana se considera patrimônio cultural imaterial brasileiro a forma artesanal de produzir o queijo Minas a partir do leite cru. Há um ano, os produtores aguardam uma definição do instituto, cuja proposta foi publicada no Diário Oficial da União de 20 de abril de 2007.

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Segundo a historiadora Ana Lúcia Gomes, os produtores do queijo Minas alegam que a peculiaridade do processo começa com a qualidade do capim consumido pelo gado nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre que dá um gosto diferente ao produto. A temperatura, o coalho, o fermento e o "pingo" também são fatores que os produtores importantes para que o queijo seja considerado patrimônio imaterial.

Ana Lúcia Gomes explica que depois que é feita a mistura, o queijeiro espera o líquido coagular para colocá-los em formas envolto em panos, ou não, dependendo da região. Em seguinda vem o processo de prensa e cura. "É um processo teoricamente bem simples, mas é feito a partir do leite cru, por isso de modo artesenal", disse.

O pingo, o soro que o queijo libera na primeira noite, é adicionado para manter as características originais do produto pois a susbstância contém elementos que identificam o relevo, o clima e a vegetação da região e por isso é considerado o DNA do queijo.

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O queijo Minas é produzido de forma artesanal desde a época da mineração, no Século 18. A técnica foi trazida das regiões serranas de Portugal, principalmente da Serra da Estrela. O relevo das serras de Minas foi fundamental para a produção, já que a topografia não permitia aos exploradores da época a criação de gado para corte na região e também o comércio leiteiro. "O leite quando chegava nas planíceis já chegava talhado. Então, o produtor da região sempre alega que a região convida a fazer queijo", disse a historiadora.

A técnica do Iphan acredita que, embora não seja o objetivo principal, os produtores esperam agregar valor ao queijo Minas, de modo a transformá-lo em um produto exportável. O modo de produzir o queijo Minas na região do serro já é registrado como o patrimônio imaterial do estado, por decisão do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (lepha-MG).

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Segundo informações da historiadora, uma das metodologias desenvolvidas pelo Iphan para identificar e catalogar os bens imateriais é o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC). Esse inventário permite registrar aspectos sociais e que considerados como referência para identificar uma comunidade ou um grupo.

Embora o ojetivo principal do IPHAN seja presservar a tecnologia na fabricação artesanal do queijo de Minas e o seu registro histórico, espera-se tabmém fomentar a sua atividade e o seu desenvolvimento econômico.