O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e a Fundação Procon reprovaram 25% dos produtos hospitalares comercializados em farmácias e lojas especializadas no Estado de São Paulo. Nos dias 17 e 18 foram feitas fiscalizações na capital e nas regiões de São José dos Campos, Campinas, São José do Rio Preto, Bauru, Presidente Prudente, São Carlos e Ribeirão Preto. Dos 136 lotes analisados pelos fiscais, 34 foram reprovados. Entre os produtos estão fios cirúrgicos, álcool, ataduras, luvas, gaze e lençóis descartáveis, que foram encontrados abaixo da quantidade e largura ou comprimentos menores do que as indicadas nas embalagens.
As irregularidades foram registradas em todas as regiões do Estado. As diferenças mais exorbitantes foram relacionadas com os lençóis descartáveis, geralmente usados em clínicas e consultórios. Na capital e nas regiões de São José do Rio Preto, Campinas, São Carlos e Bauru, foram encontrados lotes com lençóis menores, na largura e comprimento, e em menor quantidade. Na segunda-feira, 17, primeiro dia da operação, chamada “Alô Doutor”, os fiscais encontraram na região de São Carlos lotes de lençóis que estavam com uma diferença 15,3% menor do que o volume anunciado na embalagem.
Mas as irregularidades atingiram outros produtos, como em Ribeirão Preto, onde alguns lotes, que deveriam conter 500 embalagens de um tipo de compressa gaze, foram encontrados faltando 119 embalagens. Na capital, de um lote de 32 compressas de gaze, sete delas continham erros no tamanho do produto. Em Campinas, de um lote com cinco ataduras de crepom de 13 fios, três delas continham erros. Em Presidente Prudente, nas 13 amostras de álcool gel, houve uma média de 4,5 gramas de álcool a menos, em média, por amostra.
“É uma situação muito preocupante por se tratar de produtos de saúde e os profissionais e clínicas e hospitais estão sendo lesados”, disse Vera Lucia Gonçalves, do Núcleo de Fiscalização do Ipem. “Principalmente no caso dos lençóis descartáveis, onde a diferença era muito grande, lesando ainda mais o consumidor, no caso clínicas, profissionais e hospitais”, diz. Ela lembrou que na mesma operação, realizada no ano passado, 24% dos produtos fiscalizados estavam irregulares. “Verificamos que os erros continuaram na mesma proporção e isso também é preocupante, pois deveria ser menor”, diz.
Segundo Vera Lucia, se os erros continuarem persistindo é possível que o Ipem e Procon chamem fabricantes e importadores para audiências na tentativa de solucionar o problema. “O que não pode é que profissionais e empresas de saúde continuem sendo lesadas”, diz. No total, 26 empresas foram autuadas devido aos erros quantitativos. Elas têm dez dias de prazo para apresentar defesa ao órgão, que definirá, então, multa entre R$ 100 e R$ 50 mil.