Ipea vai usar pesquisa do IBGE como inspiração para propor políticas públicas

Brasília – Mudanças na estrutura social e crescimento econômico combinado com inclusão social. Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann , esse é o retrato do Brasil revelado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006, lançada na última semana. Agora, o instituto deverá preparar sugestões de políticas públicas a serem adotadas a partir do diagnóstico da Pnad.

?O Brasil vem se transformando na sua estrutura social. Simultaneamente, percebemos que há um sentido em termos de inclusão social que combina o crescimento econômico com a dimensão social, embora tenhamos problemas importantes que precisam ser considerados do ponto de vista da formulação da política pública?, avalia Pochmann. Os problemas citados, segundo ele, estão relacionados, por exemplo, à educação a partir dos 15 anos, a inclusão de jovens no mercado de trabalho e a elevação da renda.

Para avaliar melhor os dados da Pnad 2006, o Ipea irá realizar seminários, de acordo o presidente da instituição. Nesses encontros, além de serem apontadas políticas públicas necessárias a áreas que a pesquisa mostrou estarem carentes, também serão avaliadas aquelas em andamento já que os dados  apontam mudanças estruturais no país.

Entre essas mudanças, é possível citar transformações no tamanho e estrutura das famílias, segundo Pochmann. Houve, por exemplo, redução da taxa de fecundidade, que em 2006 é de dois filhos por mulher, embora esse número varie de acordo com região e classe social. Também há mais mulheres chefiando lares, 13,8%, frente a 11,2% em 1980, e mais mulheres no mercado de trabalho, representando hoje mais da metade (52,6%) da população economicamente ativa.

Além disso houve mudanças no fluxo migratório. Cidades como Brasília e estados como São Paulo e Bahia, que recebiam muitos migrantes, agora também registram expressivos índices de saída de pessoas. Brasília, por exemplo, mantinha um saldo de 63 mil novos habitantes por ano na década de 90 e em 2006 registrou saída líquida de 13 mil pessoas.

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