O Brasil terminou 2006 como o décimo segundo maior investidor no mundo, superando tradicionais investidores como a Suécia e Holanda, além de Rússia e China. A posição foi obtido em grande parte graças à compra da canadense Inco pela Companhia Vale do Rio Doce. Segundo o relatório anual da ONU sobre investimentos, o Brasil vive uma internacionalização de suas empresas, ainda que nenhuma delas ainda faça parte das 100 maiores multinacionais do mundo.
Em 2006, os investimentos do Brasil no mundo somaram US$ 28 bilhões. A compra da Inco, pela Vale inflacionou o cálculo em US$ 17 bilhões e fez com que a mineradora se tornasse a maior produtora de minérios em termos de valor da produção. Mesmo sem o negócio que foi considerado o quinto maior do mundo no ano passado, o Brasil ainda seria o maior investidor latino-americano. Os mexicanos investiram US$ 5,8 bilhões, contra US$ 2 bilhões de Chile, Venezuela e Argentina. Em 2005, os investimentos brasileiros haviam sido de apenas US$ 3 bilhões.
O maior investidor no mundo foi os Estados Unidos, com US$ 217 bilhões, seguido pela França, com US$ 115 bilhões e a Espanha, com US$ 90 bilhões. Juntos, os países ricos investiram quase US$ 1 trilhão, 45% a mais que em 2005. Hoje, são responsáveis por 84% dos investimentos do mundo.
Segundo a ONU, o Brasil não deve repetir o desempenho em 2007. Mas isso não significa que a internacionalização esteja perdendo força. Se a compra da Inco foi a maior aquisição já feita por uma empresa latino-americana, o levantamento destaca a atividade cada vez mais agressiva no exterior pelas empresas. "As companhias brasileiras começam a investir no exterior, depois de anos registrando recordes de exportação", diz o documento.
Uma das estratégias é a de se aproximar dos mercados consumidores, como a Marcopolo faz na China. O real forte também favorece essa tendência. A falta de um crescimento doméstico mais forte também seria um motivo.
Segundo a ONU, a estratégia de comprar empresas no exterior ainda é uma forma de o setor privado se consolidar e evitar ser comprado. No mercado brasileiro, empresas nacionais ainda participaram de mais da metade das fusões em 2006.